Este evento pode ser uma entrada (venda) ou uma saída (despesas, custos ou investimentos). Todos os eventos são registrados pela contabilidade e pelo financeiro da empresa, respectivamente pelo Regime de Competência e pelo Regime de Caixa.
Para entender as diferenças entre Regime de Caixa e Regime de Competência, primeiramente precisamos entender o que cada um deles significa e representa.
O que é Regime de Competência
No Regime de Competência, o registro do evento se dá na data que o evento aconteceu. A contabilidade define o Regime de Competência como sendo o registro do documento na data do fato gerador (ou seja, na data do documento, não importando quando vai ser pago ou recebido).
A Contabilidade utiliza o Regime de Competência, ou seja, as Receitas, Custos, Despesas e Investimentos têm os valores contabilizados dentro do mês onde ocorreu o fato gerador. Isto é, na data da realização do serviço, compra do material, da venda, do desconto, não importando para a Contabilidade quando o item será pago ou recebido, mas sim quando foi realizado o ato.
O que é Regime de Caixa
Já no Regime de Caixa, é o oposto, onde consideramos o registro dos documentos na data de pagamento ou recebimento, como se fosse uma conta bancária.
Neste caso, o Financeiro utiliza o Regime de Caixa, ou seja, contabilizando as Receitas, Custos, Despesas e Investimentos dentro do mês onde foram pagos ou recebidos.
Diferença entre Regime de Competência x Regime de Caixa
Portanto, a principal diferença entre o Regime de Competência e o Regime de Caixa é que no primeiro deles utilizamos a data que a compra ou venda aconteceu e no segundo consideramos a data em que o dinheiro efetivamente entrou ou saiu do caixa da empresa.
Quando utilizar o Regime de Caixa e quando utilizar o Regime de Competência?
Para realizar a medição dos resultados de uma empresa, o mais comum e recomendado é que se utilize do Regime de Competência, onde além de se considerar as vendas efetuadas e as despesas realizadas, também considera-se a depreciação, que no Regime de Caixa não é considerada. Neste sentido, o Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE), um dos mais importantes relatórios de gestão de uma empresa, é confeccionado pelo Regime de Competência. Através deste relatório podemos saber se uma empresa teve lucro ou prejuízo em um determinado período de tempo.
Porém, o Regime de Caixa também é muito importante. É por meio dele que são confeccionados os demonstrativos financeiros da empresa, por exemplo, o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC), outro dos três demonstrativos essenciais para gestão. Este relatório nos mostra as entradas e saídas de dinheiro da empresa, e é através dele que sabemos como está a saúde financeira da organização.
Para entender mais sobre este assunto, recomendamos bastante a leitura do post Diferenças entre o Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) e o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC).
Exemplo de Análise de Caixa x Competência
Para ficar mais claro a diferença entre caixa e competência, imagine que sua empresa tinha a receber R$10.000,00 de um cliente durante 06 meses, mas ele atrasou os pagamentos e deixou para pagar tudo no último mês.
Neste caso, seu Demonstrativo de Resultado do Exercício ficaria conforme a imagem abaixo:
Já o seu Fluxo de Caixa estaria da seguinte maneira:
Logo, você deve estar se perguntando: e então, qual usar? Qual está correto? E a resposta é simples: os dois!
Como dissemos no começo do artigo, ambas as visões são necessárias e complementares na gestão econômico-financeira de um negócio, e os dados devem sempre ser analisados pelas duas perspectivas para se obter a melhor decisão possível para a situação da empresa.
Por que gerenciar a empresa pelo Regime de Caixa e Regime de Competência?
O Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) e o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) são relatórios complementares e cada um deles possui propósitos diferentes. Além disto, cada um deles possui pontos fortes e pontos fracos.
Muitas vezes a companhia pode ter um grande volume de vendas, e produtos com boas margens, apresentando lucro no DRE. Porém pode ter seus prazos de pagamento e recebimentos mal dimensionados, ficando assim sem disponibilidade de dinheiro em caixa, e isso é obtido exatamente pela leitura do DFC.
Confira abaixo alguns dos pontos fortes e pontos fracos de cada um destes demonstrativos.
Vantagens e Desvantagens do Demonstrativo de Fluxo de Caixa (Regime de Caixa)
- Ponto Positivo: o fluxo de caixa, como o próprio nome já diz, demonstra exatamente dinheiro que a empresa realmente possui em caixa. Isso é importante para gerenciar a liquidez do negócio (capacidade de pagar seus compromissos), pois muitas vezes, a empresa pode estar com uma boa rentabilidade, ou seja, dando lucro, mas no curto prazo não possui dinheiro em caixa (capital de giro) para pagar as contas.
- Ponto Negativo: o problema da visão de caixa é que você não consegue medir o resultado operacional da empresa. Se uma pessoa de fora da organização analisasse o fluxo de caixa do nosso exemplo, provavelmente acharia que a empresa teve resultado negativo por cinco meses e depois um resultado incrível no sexto mês. Também pode acontecer o contrário, onde um cliente pode ter pagado o total à vista, e os gestores acharem que estão com muito caixa, sem visualizarem que precisam desse dinheiro para manter as operações por mais um semestre.
Modelo gratuito de DFC (Demonstrativo de Fluxo de Caixa)
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Vantagens e Desvantagens do Demonstrativo de Resultados do Exercício (Regime de Competência)
- Ponto Positivo: com o regime de competência (DRE), você consegue visualizar se a estrutura financeira da sua empresa está correta e se o modelo de negócio faz sentido. Ou seja, o DRE permite avaliar se vale a pena continuar produzindo e comercializando os produtos ou serviços de sua companhia e se eles geram lucro suficiente para pagar os custos e despesas, sem levar em consideração quando as receitas serão recebidas nem quando os custos e despesas serão pagos.
- Ponto Negativo: como o demonstrativo de resultado de exercício não leva em consideração o que de fato está acontecendo ao caixa da empresa, é possível que a companhia acabe ficando com pouco dinheiro em caixa, o que levaria a contrair dívidas desnecessárias, como em nosso exemplo, onde o DRE estaria demonstrando uma receita mensal, mas que de fato não está entrando no caixa.